segunda-feira, 15 de maio de 2017

fátuo de fogo.

pontos amarelos e vermelhos claros espalhados no breu, era o início de um fogo que tinha contorno curvado, ensimesmado e voltado para dentro, espiralado. corria o fogo para dentro de si mesmo, e quando atingia o seu centro, implodia em faíscas e luminosidade amarela que se alastrava no pano da escuridão e retornava à extremidade do círculo. seus rastros, os pontilhados brilhavam como ouro, e o vermelho era como o ferro em brasa, laranja, pronto para se solidificar se o lugar não estivesse quente demais. o fogo possuía uma crista, uma labareda mais amarela que o que havia embaixo, e se apertássemos os olhos poderíamos ver que abaixo da crista haviam duas câmaras de ar, dois buracos como se nós o fizéssemos a nossa semelhança, seriam os olhos, sendo ele um com forma de humano pequeno, e com braços curvilíneos, os pés pegando fogo e nanicos, do tipo de um dedo de altura, dois da ponta do pé até a cabeça, este ser corria com as mãos fechadas no peito e dava voltas no escuro, elaborando círculos, e dentro dos círculos, outros círculos.

eu não sei o que eu quis lhes dizer com isto, mas, ele estava ao redor de minha cama, e isto me fizesse voltar atenção para alguma coisa, talvez houvesse um mistério por qual eu deveria desvendar ou ele estava me trazendo as graças de seu fogo para a minha vida, talvez eu estivesse ao meio de algum ritual para o seu povo e eu não o sabia, e imagino aqui comigo, o nascimento dos seres de fogo, se ele é uma chama que não possui contorno e parece uma pessoa, como serão os seus pais, fico imaginando. descrevi pois sinto que ele quer aparecer por aqui. ele está comigo.