desabrochou assim em rios,
já solícita e disponível
esperando as abelhas virem
pétala de água gelada,
caule de sal em cascata
no orvalho frio se refletia
em cada pequena gota inúmeros reflexos sem fim
***
a esperada chega,
a correnteza do rio amansa
ela com calma se aproxima da flor
pouco a pouco
a água gelada se junta ao orvalho e retém a fluidez
e transforma-se em pedra de água azul brilhosa
minúscula anil
a abelha que olha e plana ao lado, as asas invisíveis e velozes
tornam difícil a paciência estável e assim
convoca àbelha a dança
e circula e sobe e desce
seguindo o rastro do cheiro do orvalho congelado
chega ao núcleo
e toca
beija-lhe o interior da flor
e inunda-se de água límpida e leve
suspiro
***
a colmeia brilhava azul, ponto de luzir na noite
paredes de correnteza clara, iluminavam com ondas a floresta
da porta para dentro, do palácio gelado e morno
no centro se formava o vento e as correntes,
os rastros por onde havia passado pediam revisita
pelas águas serem renovados no remanso
***
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